Natural e Saudável / Sustentabilidade

Como cuidar da erva mate, um recurso natural com segredos de história

Catanduvas, no sul do Brasil, é um dos principais fornecedores de erva-mate. Em associação com produtores e fornecedores locais, foi possível assegurar um abastecimento responsável, que preserva os recursos naturais, melhora as condições de vida da comunidade e cria valor para toda a indústria.

Pensar e atuar de forma responsável já não é uma mera opção para as marcas. Seja qual for a indústria, hoje a sustentabilidade faz parte do coração do negócio de qualquer empresa. Segundo o último relatório, “Tendências Globais de Capital Humano 2018” elaborado pela consultoria Deloitte, as organizações atravessam um processo de mudança: a empresa comercial tradicional se reinventa para se transformar em uma empresa social, ou seja, uma empresa que leva em consideração o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente e sobre a sociedade em geral.

Os consumidores, por sua vez, também estão incorporando a sustentabilidade em suas agendas e considerando-a na hora de tomar decisões de compra. O Global Monitor 2016 de Kantar Futures informa que 62% dos entrevistados deixaram de comprar de marcas que sentiam que tinham danificado o meio ambiente nos últimos anos como uma maneira ter maior consciência ecológica na sua vida cotidiana.

A reclamação de maior transparência sobre os processos de produção e as cadeias de suprimento geram pressão sobre os fabricantes, mas também uma oportunidade para revisar as práticas e adaptá-las às necessidades do mundo atual.

O caso da erva mate no Brasil

Garantir que as matérias-primas que são utilizadas para a produção sejam obtidas respeitando tanto as pessoas envolvidas como o meio ambiente é uma maneira concreta de assumir um papel ativo como empresas.

Um exemplo disto é o trabalho que a Givaudan realiza, através de Centroflora Nutra, na comunidade de Catanduvas, no estado de Santa Catarina, no sul do Brasil. Catanduvas é um dos principais fornecedores de erva mate da América do Sul, esse presente dos deuses, como foi batizada pelos índios guaranis.

Lá, seis famílias e 50 empregados trabalham na produção, coleta e beneficiamento primário da erva mate, uma espécie arbórea que, nesta região, é cultivada de forma silvestre sob os bosques de araucárias.

Consumida tradicionalmente como infusão em forma de chá, tereré, chimarrão ou com mate e bomba, trata-se de uma bebida típica não só do Brasil, mas também da Argentina, do Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile. Fonte de vitaminas, minerais e aminoácidos, estimula o sistema imunológico, energiza e melhora a função cardiovascular.

Por seu valor histórico e cultural, a preservação da erva mate e dos bosques de araucárias, que estão em perigo de extinção devido ao desmatamento, torna-se fundamental. Trabalhando em associação com produtores e fornecedores locais, conseguiu-se assegurar um abastecimento responsável, que preserva os recursos naturais, melhora as condições de vida da comunidade e cria valor para toda a indústria.

Com o selo do comércio justo

A certificação de comércio justo garante o pagamento de preços justos aos produtores e adequadas condições de trabalho para todos os trabalhadores ao longo da cadeia produtiva. Cada vez que um consumidor adquire um produto com o selo, assegura benefício extra ao produtor: o pagamento de um prêmio, que é destinado a projetos que melhoram as comunidades envolvidas na produção.

Estes prêmios são administrados por um comitê formado por produtores e trabalhadores que definem o melhor destino destes recursos. Em Catanduvas, por exemplo, os prêmios foram investidos na construção de um poço para fornecer água de qualidade para as comunidades, que não estão incluídas no sistema público de água, e em saneamento básico, porque estas casas não contam com instalações sanitárias públicas.

Comprometer-se com os fornecedores e conseguir relacionamentos éticos com todos os participantes da cadeia de suprimentos é o caminho correto para preservar os recursos mais valiosos que temos: as pessoas e a natureza. É, também, a forma de aproximar do consumidor aquilo que ele está exigindo da indústria de alimentos e bebidas.

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