A indústria das bebidas sem álcool também disputa seu campeonato. Saber quais são os países que encabeçam a tabela de posições, e por que analisar o comportamento dos mercados com maior consumo, pode ser uma maneira de encontrar propostas inovadoras para outros mercados.
AUTOR: Pablo Mendivelzua
Aproveitando essa energia “mundialista” que permeará a maioria das conversas durante os próximos meses, decidi analisar os consumos per capita em nível mundial das categorias de bebidas sem álcool em diferentes países.
Por um lado, esse artigo tem por objetivo dimensionar os tamanhos das distintas categorias em nível global e analisar seu crescimento; e por outro lado, identificar quais são os mercados de cada categoria com maior consumo individual. A análise destes mercados com alto consumo é, geralmente, um bom espaço para encontrar inovações e propostas inspiradoras para outros mercados.
Para tanto, elaborei a seguinte tabela em busca dos países “campeões mundiais” no consumo per capita de cada categoria:
Na referida tabela, podemos ver uma série de subcategorias que se agrupam entre “bebidas frias” e “infusões”. O consumo médio mundial em 2017 foi de 98 litros e 78 litros per capita, respectivamente. Além disso, em ambos os casos observa-se que as subcategorias que propõem uma percepção mais saudável estão crescendo em relação às que têm um perfil nutricional mais questionável.
Por exemplo, entre as “bebidas frias” vemos que, enquanto os refrigerantes ou os sucos em pó caem 1,1% e 3%, respectivamente, as subcategorias de água, chá pronto para consumir ou energéticos mostram crescimentos mais interessantes. Por outro lado, entre as infusões, vemos como o consumo de chá, com todas as suas credenciais antioxidantes e de naturalidade, está crescendo em relação ao consumo de café.
No que tange aos países com maior consumo de cada categoria, o México ostenta o título de campeão mundial no consumo de “bebidas frias”, com mais de quatro vezes do que a média de consumo mundial, enquanto a Turquia posiciona-se como líder no consumo de infusões, com cerca de 400 litros per capita.
Por outro lado, a Nigéria apresenta-se como o país com maior consumo per capita de água engarrafada, enquanto a Alemanha, que não poderia faltar em um primeiro lugar, é o país com maior consumo de água com gás.
Se falarmos sobre refrigerantes e isotônicos, os Estados Unidos ganham a competição, com 149,9 e 17,3 litros per capita, respectivamente, posicionando-se como uma fonte de inspiração indiscutível para o desenvolvimento de produtos nessas categorias.
Na outra ponta, o Chile apresenta-se como o país com maior consumo de sucos em pó e sucos concentrados, com um alto consumo per capita em cada caso e propostas impressionantes nessas categorias, em termos de aromas e conceitos.
Em relação às águas aromatizadas, a surpresa do campeonato vem da República Tcheca, país líder no consumo desse produto por pessoa, 27 vezes maior que o consumo médio mundial.
Por último, o Uruguai vence o clássico rio-platense do consumo de mate, com 150 litros per capita, em uma final apertada com a Argentina.
Para além desses dados ilustrativos, espero que esse exercício tenha sido tão útil para vocês quanto foi para mim para validar, do ponto de vista mundial, as tendências de crescimento e os exemplos do panorama de alguns países nas distintas categorias de bebidas sem álcool.
Concluindo, é importante destacar que em todas as categorias de alimentos e bebidas, a variável nutricional está tornando-se um fator fundamental para o seu crescimento. Os consumidores estão atentos às novas propostas funcionais, refrescantes e nutritivas para hidratar-se, e as empresas têm a responsabilidade de encontrar propostas que cumpram essas expectativas. Cabe a nós mesmos utilizar esses estímulos para criar inovações inspiradoras e saudáveis para as novas gerações.
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