Textura e sensação na boca são os principais determinantes de aceitação e preferência de consumo quando se trata de alimentos e bebidas. Neste artigo você encontrará tudo o que precisa saber sobre como o mouthfeel afeta a experiência do consumidor.
O que é que nos faz gostar tanto de um alimento? Quer seja um iogurte cremoso de morango ou um molho saboroso para acompanhar as refeições, existe um fator decisivo que desencadeia esse momento de prazer: o mouthfeel. Como indica o termo em inglês, mouthfeel refere-se à sensação causada pelos alimentos e bebidas assim que entram na boca, e se tornou parte fundamental da experiência do consumidor.
O apetite das pessoas por produtos naturais que contribuem para seu bem-estar geral continua crescendo. Entretanto, o paladar do consumidor moderno não está disposto a sacrificar um sabor agradável, a textura e a cor. Hoje, as pessoas buscam experiências gastronômicas mais holísticas ao comer, especialmente em relação a uma indulgência acessível e livre de culpas.
De acordo com a Innova Market Research, o mouthfeel e a textura dos alimentos encontram-se entre as principais tendências do setor. Por exemplo, no Brasil, 80% dos consumidores consideram que a textura dá aos alimentos e bebidas “uma experiência mais interessante”1.
Pode-se sentir o mouthfeel e a textura por meio do tato; o aroma por meio do olfato; o sabor por meio do paladar; e as cores por meio da visão. Cada um deles faz com que o consumidor encontre uma experiência sensorial envolvente ao beber ou comer, como mostra o diagrama a seguir:
5 elementos que influenciam na percepção de alimentos e bebidas

Parecidos, mas diferentes
Embora o mouthfeel esteja relacionado à textura, estes termos não devem ser usados de forma intercambiável. Enquanto a textura é uma propriedade física dos alimentos e das bebidas que pode ser medida com equipamentos de laboratório, o mouthfeel é uma propriedade sensorial que é avaliada por meio de descritores sensoriais. O mouthfeel inclui a percepção da textura, porém é mais complexo. Ele resulta da integração de três elementos presentes em alimentos e bebidas: textura, sabor e aroma.
Por exemplo, se deixarmos uma maçã exposta por muito tempo depois de cortá-la, é provável que, em termos de textura, ela fique amolecida. Agora, se quisermos nos referir ao paladar, podemos dizer ao prová-la que ela se tornou úmida e menos suculenta.
“Os consumidores querem indulgência e não estão dispostos a sacrificar a experiência: isso é tudo para o consumidor. Por isso, devemos lhe oferecer uma experiência sensorial integral, e o mouthfeel é fundamental para isso”, explica Irma Gonzalez, Gerente Regional de Produto Taste Sweet, Taste & Wellbeing da Givaudan.
A mágica parece estar, então, em desenvolver o mouthfeel exato para cada tipo de alimento. Não é a mesma coisa encontrar o ponto ideal em iogurte com aveia e em chantilly. Da mesma forma, é necessário levar em conta as preferências que variam de região para região. Compreender e trabalhar a textura e o mouthfeel permitirá a criação de produtos deliciosos que respondam à busca dos consumidores atuais por propostas saudáveis e indulgentes.
Fontes
1. Innova consumer survey, 2019