Os consumidores atuais apostam em um modo de vida mais natural, privilegiando alimentos e bebidas que tragam benefícios para a sua saúde. Longe de ser uma moda passageira, trata-se de uma tendência que veio para ficar e que representa uma oportunidade para as marcas.
Heráclito já dizia que a única constante é a mudança. Assim, se o século XX foi marcado pelo boom dos alimentos enlatados, a comida rápida e o consumo imediato, no século XXI surgem novos hábitos nutricionais que obrigam as empresas do setor a redefinirem seus processos e produtos.
Basta pesquisar no Google, por exemplo, “alimentação saudável” para que o buscador apresente um pouco mais que 20 milhões de resultados. No Instagram e no YouTube, duas das redes sociais mais utilizadas atualmente pelas novas gerações, são inúmeros os perfis de influencers com recomendações para levar uma vida mais saudável.
Essa mudança de paradigma provém, entre outros fatores, de uma maior consciência sobre as consequências de uma má alimentação na saúde. Hoje, o natural impõe-se como a preferência do consumidor e abarca todos os níveis da sua vida: corpo, mente e espírito. Nesse sentido, desenvolver uma vida saudável e natural inclui uma alimentação balanceada, fazer exercício, descansar bem, ter um hobby e desfrutar de bons momentos. Basicamente, consiste em alcançar o tão desejado equilíbrio pessoal.
A regra que impera como tendência mundial, então, é a de viver da maneira mais natural possível, voltando às origens. Um levantamento da Datamonitor demonstra que quase a metade dos consumidores tende a comprar alimentos e bebidas que contenham ingredientes naturais. Nessa linha, um estudo sobre as tendências na indústria, elaborado em 2016 pela consultora Mintel, detectou que o principal inimigo dos consumidores é “o artificial”: no momento de escolher, preferem produtos naturais, orgânicos e menos processados que sejam benéficos para a saúde e, ao mesmo tempo, proporcionem uma grande satisfação.
Para os consumidores da América Latina, o que significa que algo seja natural e saudável? As ideias não demoram em aparecer ao consultá-los[i]: o natural está associado ao real, ao autêntico, a tudo aquilo que conserva suas propriedades intrínsecas, à pureza e à simplicidade. Com essa premissa, quanto menos ingredientes artificiais, mais valorizado será um produto. E é aqui onde os rótulos cumprem uma função fundamental: o consumidor espera uma comunicação simples e honesta por parte das marcas.
Porém, para os consumidores, o natural não se vincula somente à obtenção das matérias-primas e ao processo de produção. Na sua percepção, o quanto contribui o que se ingere ao bem-estar físico e emocional também é determinante: o natural desperta nos consumidores sensações que conectam com sua motivação mais profunda, que é sentir-se bem consigo mesmo.
Para o mercado de alimentos e bebidas, esse cenário representa um desafio e uma oportunidade. Por um lado, as empresas do setor enfrentam o desafio de substituir ingredientes artificiais por opções naturais e, por outro lado, têm a possibilidade de oferecer mais e melhores opções que respondam às necessidades e interesses dos consumidores atuais. Nesse sentido, o estudo da Mintel destaca que categorias como sucos, iogurtes e sopas são algumas das que souberam se adaptar e aproveitar essa tendência a seu favor. Porém, ainda há um grande caminho a percorrer na busca para oferecer propostas inovadoras que agradem aos consumidores e produzam experiências únicas.
[i] Pesquisa realizada por Evidens na Argentina, México, Colômbia, Brasil e Chile com mais de 160 consumidores.
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